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Tenho fugido muito do que sinto.
Sigo em frente, trabalho muito, e arumo tudo em caixinhas que adio abrir ou gerir.
Não tenho escrito. Porque não quero remexer no cenário arrumadinho que tenho criado.
Faço anos domingo. Mudo de local de trabalho segunda-feira.
Passei a manhã a despedir-me da minha equipa de trabalho, e enquanto tento faze-los parar de chorar, faço das tripas coração.
Faço anos domingo.
Mudo de local de trabalho segunda-feira.
Ano novo, vida nova.
A rotina e os lugares comuns fogem-me por entre os dedos esguios. Caem-me do colo, desarrumam-me a cabeça e abanam-me o coração.
Esqueci-me do conforto há muito, bicho inquieto.
Nunca fico aqui muito tempo...
É o mar em que me deito, á noite, na esperança de não acordar.
São os fantasmas que me beijam a pele, as ondas turvas que me acariciam o corpo.
São as trevas que fujo com sol alto. São as letras por escrever que carrego ao peito.
São as noites que passo em claro, deitada a teu lado, enquanto fujo de tudo o que não quero sentir.
Desamparo-me enquanto remexo em tudo o que sinto.
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