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2020.
Por onde começar. Longo, penoso. Mas, tão magnífico.
Nunca quis tanto o que não tinha. Até perceber que tinha tudo o que precisa.
Fui a Londres, vi os Keane e a Sara Bareilles. Andei de avião, de metro e autocarro. Comi na rua, andei hipnotizado a compasso com multidões de desconhecidos. E depois a vida parou. E passei a andar de máscara e viseira.
Comprei álcool etílico ao preço de ouro.
Fiz pão - MUITO pão, bolos, bolachas e chás.
Fui obrigada a parar e aprendi a bordar, a cozer a máquina, a fazer vasos de barro e soube que não sei parar.
Descobri cantores novos e músicas que deram cor aos meus dias.
Nunca trabalhei tanto, mas, também nunca passei tanto tempo com a família.
Tentei comprar casa. Como não aconteceu, tornei-me naquelas pessoas que compram plantas de forma desmesurada. Tornei-me mãe de dezenas de plantas.
Mudei a decoração do quarto. Várias vezes.
Fiquei obcecada por Killing Eve e por macramé.
Instalei aplicações para saber como não matar plantas e mudei de trabalho.
Soube que era muito amada. Senti-me a rainha do mundo. Mas, também me senti desperançada.
Fiz duas road trips com a minha irmã.
Fomos muito inventivos na forma de matar saudades. E fiquei com imensos vales para concertos que não fui.
Tivemos todos saúde e estivemos juntos, quando tudo foi fácil, mas principalmente quando tudo foi difícil.
As máscaras de 2020 guardam muitos mais gargalhadas do que lágrimas.
2020 obrigada. Foste inesperado, difícil, mas mostraste-me muito do que precisava de saber.
Vamos a isto 2021.
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