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Tenho o corpo frio e a cabeça quente. As mãos geladas aguardam, vazias, o passar do tempo.
As folhas dançam com o vento e eu balanço os pés a procura de força.
Para andar. Para sair. Para ficar.
Para ir a procura.
As folhas beijam-se umas às outras, às turras e aos atropelos. Algumas tocam-me na pele desnuda e arrepiada. Não são, porém, beijos que me roubam, naquela rua ventosa. Beliscam-me a mão. Uivam, secas, nos meus ouvidos como quem me pergunta quando e porquê.
O tempo passa devegar e as horas passam depressa.
E, eu não passo, porque os pés frios não me levam mais além. Nem a lado nenhum.
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