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Respiro devagar. Há tanto barulho aqui. Não quero ser mais um suspiro numa sala cheia de ruído.
Em apneia, calo.
Não deixo que me oiças o silêncio. Bato, ao de leve, com os dedos na mesa entre nós. Não me prestas atenção. Não me tens visto a alma ultimamente. Tenho tido dias de muito desalme. Desalmada parece sempre mais fácil seguir em frente. Fingir que o que está para trás não nos está atado ao pé a cada passo que damos .
Não digo nada. Não esperas que eu fale. E eu espero, impaciente, o dia em que percebas que, em apneia e silêncios gritados espero. Espero. Espero que me perguntes se estou viva em vez de me deixares morrer aos poucos.
Não tenho estado em lado nenhum.
Vou, mas, fico sempre.
A cabeça pensa devagar para o coração não chegar a sentir nada demasiado depressa.
Aquece-me os pés, as mãos e a alma. Finge que não vamos a lado nenhum. Faz de conta que nada conta e que, no final de contas, não temos contas para acertar.
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