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Acho sempre que os meus anos de gloria são os três anos universitários. Os três melhores anos.
Claro que o meu cérebro fez o favor de apagar todos os momentos menos felizes- só guardo as coisas boas. As viagens atribuladas, o perder o autocarro todas as manhãs, as cristas de galo que comia antes de chegar a casa, os jantares tardios, os hambúrgueres da promoção, as pizzas do Big Bob, a (sempre) falta de dinheiro, o contar os trocos para o almoço, as marmitas, o parque corgo, os vídeos do Sei Lá, a irmã má e a irmã boa, os casamentos ilegais, as noites a cantar à luz da lanterna, não ter tv, nem internet, as bolas de Berlim da Tojeira as 3 da manhã, a Gomes, as idas ao cinema, o mercado, as caminhadas até à cantina. O calor dos dias que só matávamos em excussões às lojas de chineses com ar condicionado, as músicas de natal a entrarem pelo quarto cheio de posters. A residência, o amor e a amizade, o pior senhorio de sempre. As reportagens em todo o lado, todos os dias, o galinheiro das locuções, a rádio. As coisas difíceis. Os banhos em fontes públicas, as noites longas. A neve das manhãs. As aulas chatas. Os melhores trabalhos do mundo.
As minhas saudades chegam daqui a Vila Real. Vão chegar sempre- e sobrar, sobram sempre.
Queimei há três anos. A 25 de abril, há 3 anos, foi o meu cortejo académico. Posso ter feito sempre escolhas difíceis, mas porra, valeram sempre a pena.
Festejei a liberdade de viver um sonho a 25 de Abril, há alguma coisa que bata isso?
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