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Aos 26 cresci muito. Mudei. Reinventei-me.
Nunca me senti tão eu. Tão confiante e frágil. Tão mulher.
Tão certa de mim. Tão orgulhosa da minha força, das minhas crenças e tão poucas certezas. Do meu espírito livre e mordaz.
Nunca me senti tão eu como nos 26. Como se a minha carne se tivesse moldado melhor ao meus ossos. Mais justa, mais apertada. Mais firme. Mais rija.
Aos 26 viajei. E gritei. Em bem da verdade, gritei bem mais do que viajei. Mas, apreciei bem a vista de ambos.
Aos 26 fervi sem água. Ou com água a mais. Revoltei-me. Fui ao inferno e voltei - mais forte.
Aos 26 devo ter batido um record qualquer de horas sem dormir, horas trabalhas e palavrões ditos com a boca e com a alma. Aos 26 segui sempre o coração e o sangue quente.
Aos 26 abri o coração e quis (quero) deixa-lo sempre assim: ao léu.
Hoje faço vinte e sete anos. Por extenso. Porque quantas mais letras melhor. Melhor, hoje, faço vinteeseteanos. Sem espaços e sem tempo a perder - não se perca o balanço e a vontade.
Hoje faço vinteeseteanos. Também faço dois anos, dois meses e cinco dias.
Hoje faço vinteeseteanos. Entro certa de mim e completamente incerta do ao meu lugar no mundo. Certa do fosso entre o onde estou e o onde quero estar.
Entro consciente e certa de mim. Grata pelas pessoas que me fazem sentir viva e que cuidam de mim quando eu própria me esqueço de o fazer.
Parabéns a mim, Obrigada a vocês.
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