As Mentiras Que Te Vou Contando....

Nunca tive um namorado para me acompanhar nas festividades de hoje - e isso nunca me chateou.

Acredito que deve ser agradável receber umas flores, um anel ou ir jantar fora uns "bifinhos carinhosos" ou uma "paixão de chocolate" e dar beijinhos em vez de comer, e fazer isso sem ficar enjoado ou com fome - acredito que sim (já recebi cartas de amor na escola, e a coisa era gira, embaraçosa, mas não má... e foi dele, o que ajudou à festa.)

Porém não faz muito o eu género. E sim, consigo a ouvir as vozes dos comprometidos - sim, as vossas, a rir alto e a repetir "Depois vês!!".

E sim, até posso ver, e mudar de ideias, mas não me parece.

Claro que acho fofinho ver a minha mãe versão semi-adolescente a recortar corações e a fazer postais - tem graça, mas não é muito mais do que isto, nem mesmo para ela.

Nunca me deixei levar pelas setas do cupido e muitas foram as vezes que ao ouvir o tradicional "pode ser desta que encontres o homem na tua vida" ao sair de casa, encolhi os ombros e disse um sonoro "não".

Tenho perfeita noção de que o dia de ter um amor virá e eu quero que venha (com passo ligeiro, se faz favor!) - mas sei também que não quero mais paixões platónicas (nem patetas).

Quero um amor daqueles à séria, daqueles de ir junto ao IKEA escolher toalhas de rosto e tapetes da sala, daquele de dividir contas. Quero assim um amor crescido, adulto, sem fitas cor-de-rosa, nem raminhos vermelhos.

Quero que seja assim à séria, sem cartoons parvos. E aí, talvez me veja a recortar corações e esses corações sejam mais do que papel vermelho - talvez. Talvez ai até queria o pratos dos "bifinhos carinhosos" ou uma "paixão de chocolate", talvez me torne melosa, chata e amorosa - talvez, embora seja pouco provável (se bem que se e derem aneis....).

Mas, antes de mais nada, e enquanto esse dia não chega, amo-me a mim, e isso, até ver, já me satisfaz - assim sem cupidos.