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Não sei nada sobre a vida. Aliás, há dias em que tenho perfeita noção de que nada sei sobre o mundo em que habito.
Mas, conheço muitas pessoas. Trabalho com e para muitas pessoas.
Sei muito pouco sobre psicologia. Mas, sou mulher. E oiço muitas mulheres. Com quem trabalho, gosto de ler sobre elas, vivo com elas.
Conheço o suficiente sobre o desespero para perceber que a dor às vezes é tão alta e domadora que nos toma por completo. Que a mágoa é tão madrasta que nos torna nela e não em nós. Que o medo vai matando e que na impossibilidade de o matar, temos vontade de morrer.
Não sei nada da vida, mas sei demasiado sobre violência. Sobre desigualdade. Sobre injustiça. Sei demasiadas estórias que não chegam a história porque as protagonistas morrem nas mãos de monstros. Ou então, deixam-se matar e tornam-se no que não são.
Não sei o que passa na cabeça de uma mãe que leva os filhos para morte. Nem tão pouco sei a dose de desamor que tem alguém que quer por termo à vida.
Mas, sei que já chega de passividade. Chega de violência e destruição do outro. Chega de fecharmos os olhos e só os abrimos quando é tarde demais.
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