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No final do diário encontrei um par de páginas em branco.
Procurei uma caneta na mala que tinha a meus pés. Sem sucesso, despejei todo o seu conteúdo, sem cerimónias, pelo chão. Vasculhei pelo monte de tralhas e peguei na caneta e nos cigarros.
Tentei não pensar antes de prender o cigarro entre os dentes. Não procurei o isqueiro, por enquanto não precisava de o acender.
Fumar podia ser o expoente máximo de quem espera, mas, sabia que, mal acendesse o cigarro perceberia que a minha espera era demasiado grande para morrer ás mãos do tabaco.
Segurei a caneta entre os dedos. Era pesada. Estranha, ali a pender-me da mão. Fi-la pairar sibe o papel branco.
Suspirei.
Deixei a caneta deslizar. Raiva. Não letras. Rabiscos. Rabiscos fundos e duros como a espera.
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