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Foi a Vera que escreveu, mas devia ter sido eu (mania de querer amar primeiro que eu!).
Foi a Vera que escreveu, mas, li-o como se fosse eu a escrever. Porque os sentimentos quando se partilham são assim: emaranhados, a meias.
Penso muito na Vera. Em como as nossas vidas malucas se complementam. Em como quase morri no dia em que ela casou. Em como partilhamos profissões loucas em áreas semelhantes.
Gosto de me lamentar com a Vera. Ela lê-me e dá-me colo. Colo enquanto tenho um dia horrível no trabalho, quando lhe confesso que não sou assim tão forte como me finjo.
Ela diz-me sempre que sou capaz. Que consigo. E tem razão: tenho conseguido mesmo.
Escrever-me neste blog, nos últimos meses, tem sido a maior e mais difícil empreitada a que me comprometi.
Mas, faço o que sempre tenho feito. Uma letra a seguir à outra. Por mim. Por ela. Por vocês.
Obrigada Vera. Obrigado por seres, tantas vezes, a voz solitária, e por escrito, da minha claque de apoio.
Obrigado a todos vocês, desse lado do ecrã.
Receber uma mensagem, às duas da manhã, com um "estou à tua porta com comida".
Amiga que é amiga não deixa a amiga engordar sozinha. Nunca.
Quando forem ao Porto nunca estacionem em sítios dúbios. Nunca. Caso queram viver o risco, podem chegar ao local e terem apenas isso: o local onde deixaram o carro e onde o mesmo já lá não está.
Depois de perceberem que o vosso carro não foi roubado, vão perceber que vão ficar pobres.
Uns telefonemas e uns quilómetros depois, lá encontram o carro. Não antes de ficarem sem 130euros.
Nunca estacionem em sítios dúbios. Custa caro…
Os dias. Os dias são sempre melhores quando vens. Anda, vem sempre. Sempre prá'aqui.
O perdão apanha-nos sempre nas vielas mais estreitas e feias da vida. O perdão atira-nos ao chão, empurrando-nos pelas costas. O perdão nunca tem tempo e vem quase sempre atrasado. Arrebata-nos e faz-nos sentir pequenos. Curar feridas antigas doí. Perdoar doí muito. Doí tudo. Mas, depois, tudo acaba e somos leves outra vez. A vida nunca me para de surpreender. Nunca. E, esta será sempre a melhor parte de estar vivo.
Para mim Porto será sempre terra de reencontros. Assim um meio-termo aceitável para se encontrar alguns daqueles por quem já morremos de saudades.
E, como sabe ser acolhedor este meu Porto, que tantas vezes percorrido se tornou nosso!
Para mim Porto sempre será reencontro e despedida. Sorrisos e porta de saída para a saudade que lá deixo e para a saudade que sempre trago já alojada ao peito.
Hoje, o Porto matou-me mais uma vez a saudade, mas deixou-me traze-la de volta para, mais um dia, algures no futuro, algures nas suas ruas a voltar a matar.
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