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Nunca tive vontade de fazer exercício. Sempre tive uns quilitos a mais e sempre tive pouco jeito para ginasticar. Aliás, nunca gostei de fazer exercício.
Desde que, na primavera passada, decidi começar a fazer longas caminhadas beira-mar muito mudou. Não mudei só porque o meu estômago pedia. Acho que todo o meu corpo ansiava por uma mudança.
Há umas semanas, dei por mim a fazer pequenos períodos de corrida durante o longo percurso que gosto de fazer. Não sei correr. Mexo mal as mãos e os braços. Sinto o corpo balançar de formas tão pouco naturais em mim, perco o folego cedo demais. Mas, resisto. Tenho que correr até ao próximo poste de iluminação. Só até ao final da rua. Depois ando, passo apressado, até deixar de ofegar.
Mas, o meu corpo, toda a vida preguiçoso, sente vontade de se exercitar. Esqueço tudo, penso em tudo e isso faz-me correr mais depressa. O meu corpo, tão desajeitado quando corre, sente os músculos gritarem de dor e prazer quando os estico. Os pulmões ardem, e o nariz gela, enquanto o frio me rodeia.
Claro que ainda abrando para tirar uma fotografia aquela árvore-que-é-linda ou aquela flor-raios-que-cor-é-aquela. Ou ao céu. Sempre.
Quando corro sinto-me tão perto e tão longe de mim. Por estes dias, encontro-me por ali – a passo apressado, com o cabelo a bater-me na cara.
Livre. Tão eu, tão outra.
As paredes que te protegem podem ser as mesmas que te prendem.
Comunicar que ultrapassamos os 1000 posts, os 3600 comentários, as 49.100 visitas e os 90 seguidores.
Obrigada! Obrigada a todos, por tudo!
Sempre aqui, neste espaço, tentei ser o mais intimista possível.
Expôs-me mais aqui, para vocês, mais do que para a maior parte dos que se cruzam comigo.
Aqui aprendi a valorizar os sentimentos, da mesma forma que os meus foram valorizados. A valorizar as pessoas, a entende-las, por escrito.
Nunca houve nada de material nas nossas relações, e isso sempre me agradou – poucas são os laços que assim se sustentam, sem dinheiro, sem a pressão e o medo dos objetos.
E é assim que quero que as coisas continuem – despojadas de tudo o que é monetário, abundantes no que não o é.
Vocês já me dão muito – mais do que poderia pedir, ou sequer sonhar. Por isso, para me sentir bem na minha própria pele, não quero que me deem nada – sei que a vossa intensão era a melhor (E podem crer que me senti MUITO feliz e lisonjeada por isso!), mas quero-vos a vocês, não as vossas coisas: e podem crer que este é, sem duvida, um pedido, um desejo, muito mais complexo e difícil que o primeiro.
OBRIGADA e não fiquem chateados (chateadas!) comigo!
Para o Natal voltamos a falar disto, ok? Pode ser que o espírito da época me faça mudar de ideias! Mas, por agora, por favor, respeitem minha vontade.
Sempre vossa,
Marina
PS- Sempre podem fazer um Power Point. Gosto muito de Power Points cheios de cor e imagens!
Está a chover lá fora e eu pensei em ti.
A cada gota que cai, do outro lado da janela, penso em nós. Lusco-fusco, em tom de recordação gasta e envelhecida.
Um bolo assa no meu forno – sabias que amo cozinhar?
A chuva não para de cair e eu deposito os meus pensamentos em ti. Coisas suaves, despretensiosas…
Sentei-me, for fim, nas cadeiras antigas da cozinha enquanto imagino o que hoje, enquanto chove, tu fazes.
Comprei uma forma em forma de coração. Vermelha. Para libertar a dor e a transformar em amor... gostava que soubesses. Não sabes.
Está a chover lá fora e eu pensei em ti. Está um bolo a assar no forno, cheira a canela… e a chuva não para.
Na universidade ensinaram-me que o jornalismo era uma espécie de poder institucional. Chamávamos-lhe o terceiro poder. Algo que, com simples palavras, nas horas certas e nos tempos certos, pode mudar o rumo das coisas. Tornar tudo melhor, salvar vidas, reunir famílias, ajudar.
Nós, estudantes sedentos, queríamos vê-lo, ao jornalismo que tanto desejávamos compreender, como um Deus, um Deus dos homens, um Deus do bem.
O que nessa altura não queríamos ver era o igual poder destruidor do mesmo. Não queria, não podia, aceitar que algures no mundo, alguns dos nossos, não faziam jornalismo de causa, de informação, mas sim jornalismo de capital, de dinheiro, de interesse.
Eu, tão parva quando os outros, continuo a alimentar o sonho do jornalismo isento e de qualidade que diz verdades baseadas em factos comprovados, sem declarações de alegadas fontes que de alegadas tudo têm, já de fontes nada sabem…
Quero acreditar que não estamos perdidos, que existimos para o exercício do crescimento intelectual no nosso público. Quero acreditar que nos importamos com os outros, que nos importamos com os seus sentimentos.
Mas, agora, não somos estudantes e já não vemos o Santo jornalismo. Somos muitos, as hipóteses são poucas. Queremos exercer a nossa profissão. Custe o que custar….
Quanto a mim, continuo a acreditar no jornalismo honesto e justo, feito de humanos para humanos, dois corações, factos e palavras. Mas, não venderei a minha alma e dignidade por ele. Lembrem-me disto se porventura me deixar corromper e me esquecer.
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