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Amo flores e plantas. E, quem não gosta de presentes.
Mas, honestamente, prefiro respeito e igualdade.
Não me deem flores. Apõem a minha liberdade e o meu poder. Não se dirijam a mim como um objeto. Não projetem em mim os vossos ideia de normalidade e os valores que consideram corretos para a minha individualidade se encaixar nos vossos moldes. Vou continuar ganhar menos que vocês, a ter que trabalhar mais para ser notada, a ser criticada por ter opiniões vincadas, a ser catalogado como explosiva, quando na realidade só quero ser parte da mesa de discussão. Vou continuar a acender a lanterna do telefone no parque de estacionamento escuro quando saio às 2h, e a trancar as portas do carro, porque, na verdade, nunca se sabe…
Amo flores e plantas. E, quem não gosta de presentes.
Mas, honestamente, prefiro respeito e igualdade.
Tenho uma enorme dificuldade em estar parada. Em não fazer nada.
A minha cabeça anda a mil à hora. O meu coração galopa peito afora.
Não sei descansar.
Tenho sempre mil coisas para fazer. E estou sempre a falhar.
Sou demasiado criativa e demasiado apressada, para meu mal e meu bem.
Sinto falta de tudo ao mesmo tempo. Sinto-me imensamente frustrada.
Tenho todos os projectos inacabados. Tenho tudo parado - à espera.
Quero ler e escrever. E pintar. E costurar. E bordar. Fazer postais e andar a pé. Quero voltar a querer correr.
Quero voltar a ter-me. Mas, no meio da pressa, não sei onde me perdi.
26. Rodeada dos que amo. Em paz. Com um bolo demasiado colorido que demorou horas a fazer (tinha de ser o meu melhor bolo de sempre!).
Que os 26 sejam assim: coloridos. Felizes.
Obrigada a todos pelos desejos de Feliz Aniversário - Resultaram!
Há um ano rodopiava num carro, rumo ao desconhecido. Demorei o que me pareceram horas a parar. Não senti nada. Não vi nada. Só me agarrei o volante com força, talvez com a mesma força que me agarrava à vida.
Nunca pensei em morrer. Só depois, deitada na ambulância, presa com mil e um atilhos a uma maca, sem conseguir mexer um dedo, depois da adrenalina ter desaparecido pude refletir na sorte que tinha.
Não penso muito no acidente. Já quase não sonho com ele.
Mas, sinto-me imensamente grata. Por me salvarem. Ou por não ser a minha hora. Sinto-me imensamente grata por me terem deixado viver. Pelos astros estarem alinhados. Grata por estar viva. Ainda tenho tanto para viver…
Aquele 20 de Agosto, por volta das 13.40, ao som de Rise, foi um belo dia pra ficar.
Feliz primeiro aniversário.
Nunca andei tão enervada na vida. Sempre em ponto de ebulição. Sempre com dores de cabeça. Sempre com o corpo tenso e dorido.
Sempre de mãos tremolas e sonos atribulados. Suores. Frios e quentes. A praguejar. Sempre com vontade de gritar. E fugir.
Nunca me senti tão frustrada, tão mergulhada em revolta como hoje. E como amanha. E no dia que se lhe segue.
Sinto-me mais sozinha do que nunca. A falhar mais do que nunca. A perder mas do que nunca. Mais capaz e mais incapaz do que nunca.
Ando sempre a olhar por cima do ombro. De arma em punho.
Perdida. Acho que nunca me senti tão patética e conscientemente perdida.
Aos 24 andei de avião. Vi o mundo e vi o fim dele. Trabalhei num talho, numa peixaria e numa padaria. E, assumi um compromisso com um trabalho que ainda não sei se gosto.
Comprometi a escrita, mas também escrevi muito. E calei as letras porque caladas doem sempre menos.
Li pouco e trabalhei horas a mais. Ouvi boa música, viajei, fiz uma road trip e fiz decisões difíceis. Levei a irmã a casa, quando a tirei de casa.
Hoje faço vinte e cinco anos. Por extenso. Porque quantas mais letras melhor.
Hoje faço vinte e cinco anos. Mas, também faço dois meses e cinco dias. E, nunca tinha percebido o quão bom é estar vivo.
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