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Não quero que depositem expectativas em mim. Não quero ser obrigada a carregar esse peso às costas - já não. Quero viver como quero, como posso, como a minha consciência manda, sem ter de pensar que ao dizer um “não” ou um “sim” estou a desiludir alguém.
Não quero que depositem em mim crenças que não minhas, desejos vossos . Quero que me deixem seguir os meus rumos obscuros sem abanarem a vossa cabeça com descrença. Já agora, se puderem, de quando em vez, tragam uma lanterna em vez de olhos acusadores. Luz em vez de mais negro.
Não quero as vossas fés em mim, quero antes que acreditem na minha fé. Quero-vos na minha vida, não quero a vossa vida vivida por mim.
Sei que vou errar. Sei que talvez já esteja a errar. Quero esta minha culpa, não a vossa – a que me dão.
As pessoas nunca vão parar de me surpreender. Nunca. Quer seja por bons, maus ou indiferentes motivos.
E estas são das coisas mais fascinantes desta aventura que é estar-se vivo: as pessoas e as surpresas.
E se lhe partirem o telhado de vidro, como é que ela sobrevive?
Do que eu gosto mesmo é de pessoas. Daquelas malucas, barulhentas, das que se calam e comtemplam as mãos.
Gosto de pessoas. De me circundas delas, de as ler, de me deixar ser lida por elas.
Gosto-lhes dos sorridos, dos olhos e das personalidades. Gosto de me apaixonar por pessoas. Pessoas daquelas reais e inconstantes.
Gosto de pessoas - e isso nunca vai mudar.
"Ele disse-me que quer acabar comigo, mas que não tem coragem para mo dizer".
Ok... Mas, se já te disse, é melhor ficares a contar que algo pode acontecer.... Digo eu, sei lá..
Não quero um blog famoso. Esta foi a conclusão a que cheguei um destes dias, quando estava na minha atualização bloguiana diária.
Claro que quero que os seguidores aumentem, que as visitas dupliquem e que os comentários se multipliquem. Quero, quero aqueles números grandes e redondos.
Mas, gosto da minha liberdade pateta, aquela que me permite pulicar coisas parvas, unhas sem a marca do verniz, camisolas sem o nome da loja, textos sem patrocínios. Ser eu, sem ser copiada, ser lida sem ser modelo a seguir-
Quero a personalidade escrita que sempre tive, quero conhecer quem me segue e saber pelo nome e morada quem deixa por aqui o seu comentário.
Se queria viver disto? Queria, queria e quero, mas não assim, não ao tornar o blog um produto, uma embalagem meio vazia, semi-cheia.
Numa conversa com a minha melhor amiga:
F: "Nós somos um casal.
Quando as pessoas começam a assumir que queremos convidar uma à outra para reuniões (informais of course), é quando sabemos que as pessoas o pensam.
Optamos apenas pelo celibato e não-demostrações-de-carinho. É apenas um a acordo tático... Nada de especial.
Sempre acreditei e defendi a vida. Viver, sempre me pareceu desafiante e proveitoso.
Nunca acreditei nas depressões, mas sim em pessoas deprimidas. Em tristezas tão profundas que magoam, que matam aos poucos. Assim como nunca acreditei – se é que é uma questão de crença, na psicologia, nem mesmo quando a tive que a estudar. Não acreditava, nem acredito, de certo modo, que leis e ideias concebidas há mais de 50 anos possam revolver problemas específicos de pessoas, de todas as pessoas, ao longo dos tempos.
Porém, depois de uma análise mais profunda, pessoas são pessoas, sempre o foram e sempre o serão. Os seus problemas e dores são patentes à sua condição humana e talvez sempre venham a ser – todos semelhantes, todos diferentes.
Mas, nunca compreendi o desespero que leva alguém a preferir a morte em detrimento da vida. Isto talvez porque nunca ponderei desistir. Lembro-me uma vez, em que no decorrer e um trabalho de interpretação, tive de escrever e dar vida a uma carta de suicídio. Depois de horas a tentar escreve-la, sem sucesso, criei uma personagem. Só assim fui capaz de cumprir tal tarefa – sair de mim, entrar no sofrimento ficcionado de outra pessoa.
Porque talvez tudo se resuma a isso – sofrimento. Sofrimento e crença no seu fim instantâneo.
Talvez longe daqui sejamos todos pássaros que voam além céus, asa bate, asa bate.
Eu, teimosa por natureza, quero acreditar que somos caixas. De diversos tamanhos. Diferentes cores. Tamanhos disformes. Umas mais rasgadas. Outras rotas. Mas, todas passiveis de arranjo. Todas perfeitas à sua maneira, com mais ou menos cola, mais ou menos amassadas.
Acredito na esperança e nas pessoas. Pessoas que ajudam pessoas, pessoas que amam pessoas. Pessoas que salvam pessoas, pessoas que se salvam.
Acredito em salvação. É nela que acredito.
Todas as nossas escolhas envolvem sempre terceiros.
Nunca somo só nós, o nosso pensamento e vida. Temos sempre mais em que pensar, noutros em que pensar.
Haverá sempre alguém a sair magoado pelas nossa escolhas – alguém que não nós mesmos.
E, no fundo, o processo de escolha é também uma eleição de dores. Escolhemos viver com a dor daquele com que podemos lidar melhor, escolhemos infligir dor naquele que menos nos custa.
Escolher é, foi e sempre será, um ato egoísta entre as nossas vontades e as dores dos outros.
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