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Apaguei o cigarro entre dois ladrilhos das tijoleiras acastanhadas do chão da varanda.
Podia ter ido buscar o cinzeiro, que estaria a uns dois metros de mim, mas, não me quis mexer.
Guilherme continuava a olhar os carros que passavam na rua. Àquela hora eram escassos.
A minha pergunta pairou no ar, dançando com o fumo do meu cigarro durante muito tempo. Depois, tal como o que restava dele acabou esmagada ao meus pés.
- Porque viste?
Sentei-me no chão da varanda. Guilherme estava muito direito, sentado na cadeira de plástico desgastada pelo sol. Olhava fixamente para o fluxo lento de carros naquela rua secundária.
Ainda me estava a perguntar por que razão lhe tinha aberto a porta.
- Não és muito boa a responder a mensagens, pois não...?
A pergunta saiu muito antes de eu gostar de a fazer.
Era quase sempre assim. Primeiro perguntava, depois arrependia-me. Tentei sorrir. Mas, não me pareceu ter grande secesso.
Alma deu um passo atrás.
Rimo-nos os dois.
O som acabou por ser abafado pela discussão de uma mãe com os filhos, no areal. Aparentemente as crianças não ficavam quietas, nem onde a mãe gostaria.
A brisa marítima arrepiava-me a pele.
- Não és muito boa a responder a mensagens, pois não...? - perguntou . Sorria. Mas, sabia a que se referia. Não havia ponta de humor na questão.
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