Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Ontem estive reunida com uma das minhas pessoas favoritas. Conheci-a na universidade. Jantamos, com outra amiga da universidade. Ao telefone, e porque as saudades apertam, fomos falando com outra amiga. Amiga da universidade.
Saudade das pessoas que conheceram na universidade - é isso que desejo, a longo prazo, a todos os que, desse lado, entraram na universidade este ano. Espero, do fundo do coração, que sejam tão felizes, livres, patetas, orgulhos, malucos e sorridentes como eu fui. Espero que abram a mente e os braços para tudo, espero que cresçam, que não tenham medo de dizer não, que digam sim muitas vezes e que procurem as coisas boas, mesmo quando elas teimam em não aparecer.
Muitos podem dizer-vos o contrário, mas, se vocês permitirem, os anos da universidade podem ser alguns dos melhores das vossas vidas.
Façam memórias, tão ou melhores do que as minhas.
Para mim Porto será sempre terra de reencontros. Assim um meio-termo aceitável para se encontrar alguns daqueles por quem já morremos de saudades.
E, como sabe ser acolhedor este meu Porto, que tantas vezes percorrido se tornou nosso!
Para mim Porto sempre será reencontro e despedida. Sorrisos e porta de saída para a saudade que lá deixo e para a saudade que sempre trago já alojada ao peito.
Hoje, o Porto matou-me mais uma vez a saudade, mas deixou-me traze-la de volta para, mais um dia, algures no futuro, algures nas suas ruas a voltar a matar.
Espero que tenham tido a mesma sorte desta que vos escreve: que possam estudar o que sempre quiseram e que descubram a cidade que vos trará as melhores memórias de sempre.
Esqueçam tudo o que sabem e preparem-se para começar a viver e a crescer. Abram as portas aos melhores anos da vossa vida (não é moralismo barato, é mesmo verdade) e aproveitem o melhor que souberem estes tempos, porque, no fim tudo o que prevalece são as coisas boas (e as saudades).
Não desesperem: a empreitada não é fácil, mas a construção, depois de concluída, é maravilhosa.
E, não se esqueçam de serem felizes: se ainda não o estão, procurem a felicidade - essa malandra anda sempre por aí escondida.
(Ai as saudades, as saudades...)
Tenho um anel que me faz lembrar Vila Real. Comprei-o no meu último dia, mesmo antes de me vir embora. Tenho uma t-shirt que me faz lembrar Vila Real. Foi-me dada no meu aniversário, pelas minhas (amadas) colegas de casa. Atum lembra-me a residência. Alfazema também. É-me impossivel pegar num verniz preto sempre me lembrar da primeira vez que A. me pintou as unhas. Limas lembra-me a L. Medicamentos a mãe M. Supermercados e promoções a An. O meu cacifo a F, com quem partilhei quarto três maravilhosos anos.
Há sempre alguma coisa que me vai levar aquela rua mais ou menos estreita, aquela janela, aquela varanda de ferros verdes, aquela cidade que é tão minha como eu dela.
Lembro-me de Vila Real como quem se lembra de um familiar que não visita há tempo demais. Como se fosse uma irmã que teve de partir, ou um amor que de tão forte teve de seguir rumos diferente.
Parte de mim será sempre trás montana, parte de mim fez-se ali, entre o marão e a UTAD. Ali, naquela cidade em que hoje materializo a saudade, entrei menina, saí mulher.
Há um ano, estava a viver o meu último dia em Vila Real, aquele que durou 48 horas. O dobrado, o especial. O da saudade, o nosso.
“Distance doesn’t ruin someone’s relationship. You don’t have to see someone everyday to be in love.”
Em Vila Real faz muito frio no inverno. Lembro-me de acordar com a cidade vestida de branco nuns gélidos -7ºC.
Adorava sair de casa de gorro, luvas e cachecol e pisar o gelo até à minha paragem de autocarro. Mas, algumas noites eram autênticas arcas frigoríficas.
A nossa casa não era muito fria, mas não era quente, e não tínhamos grandes comodidades, entenda-se não tínhamos aquecimento artificial: nada de aquecedores, ou coisas que tais.
Então, arranjamos aquecimentos alternativos: o melhor e mais eficaz era o computador! Deixávamos o bichano aos pés da cama, ligado, enquanto jantávamos e ele aquecia a divisão e o local. E, depois tínhamos as botijas de água quente – cada uma de nós tinha uma.
Na hora de dormir, para além dos três cobertores e da épica manta amarela, vestíamos várias peles extra.
Era a t-shirt por baixo da camisola de pijama, eram os dois pares de meias, e quando a coisa era grave, o casaco da avó (um dia faço um texto só sobre este casaco!!).
Agora, mesmo estando em casa, e não sendo o frio nada como o da minha Vilinha, visto uma t-shirt sempre debaixo do pijama. Não consigo deixar de o fazer. Há vícios que ficam, e este é um deles.
(Rua de acesso (ex-) casa)
"A vida reserva-te uma carreira de sucesso, que só tu a podes construir! Não esperas por ninguém, não te iludas com ninguém, não te prendas a ninguém! Sê tu mesma! Sê o FURACÃO que eu conheço!
Tu não desistes, tu lutas! Por muitas não-respostas, por muitos nãos que possas ouvir, a tua capacidade de lutar e nunca desistir tem que estar sempre presente no teu pensamento..
Não desperdices o teu talento! Porque tu, Marina, mereces mais do que isso! E só tu podes construir o teu caminho!"
An., a Caetanita das horas longas, a que virou irmã
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.