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Todos os pedaços de mim sentem a ausência dos recantos teus.
Por norma, as saudades e o amor, em mim, falam a mesma lingua.
Feliz Dia do Pai, aos meus e aos vossos!
Cada lágrima que choro, uma gota de saudade brota-me dos olhos.
saudades...
Marco na pele todas as palavras que me disseste. E os desenhos que fiz em teu redor. E as flores com que te adornava. E as mãos que me davas.
Marco-te na pele a cada suspiro de saudade que te devoto. A todas as saudades com que te sinto. Todas as saudades em que te sofro e te amo violentamente.
Tatuo-te na minha pele branca e marcada pela tua falta.
Gosto de pensar que as pessoas boas quando morrem se encontram todas num lugar melhor e fazem uma festa. Sempre que há uma nova chegada, há uma festa de reencontro.
Assim uma versão de céu gira, onde as pessoas se voltam a reencontrar e matam o tempo a fazer o que gostam e com quem gostam.
Sem dramas, sempre problemas.
Enquanto choramos pelos que partem, eles já estão felizes a festejar o reencontro com amigos e família no céu.
Nesse céu todos podem dar asas à imaginação e viver de descanso, arte e a matar saudades umas das outras.
Imagino-te a pegar no telefone, a chamares-me menina e a dares ordens a alguém debaixo de teu céu para me ajudar. Dar indicações, pintar, regar as plantas.
Gosto de imaginar que, ai no teu céu, és anfitrião e recebes os amigos. Gosto tanto de te imaginar a sorrir e com aquela camisola vermelha.
Imagino-te nesse meu céu feliz e acalmo as brasas da saudade. Hoje. Só hoje.
Todos os anos, no mesmo dia, este blog não se vai atualizar. Porque, independentemente de tudo o que tenha a dizer, nesse dia, não poderei dizer nada. Não posso, nem quero dizer nada.
A saudade é prima do silêncio. Talvez, às vezes, precise de as deixar tomar conta do que me faz falta.
Esse dia foi ontem. Ontem foi dia de deixar a falta calar-me. Desprender-me da voz e pensar, e sentir falta. A falta que tenho todos os dias.
Já não tenho saudades. Em vez, carrego o sentimento de falta. Sempre. Falta-me sempre. Faltas-me sempre. Faltam-me sempre.
As pessoas morrem-nos e por mais que as celebremos, as amemos nas ausências, elas faltam-nos sempre. Ali. Aqui. Mesmo que as carreguemos. Que as sintamos. Ao e no peito. Aqui. Ali. Sempre. Elas faltam-nos. O que os olhos não vêm o coração não sente. E isso faz falta. Sentir-te.
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